O concelho de Sobral de Monte Agraço, na Região Centro de Portugal, integra a Rota Histórica das Linhas de Torres e no Centro de Interpretação das Linhas de Torres, localizado no Centro Histórico da Vila, pode conhecer muito mais sobre as invasões francesas e a importância das Linhas de Torres.
É precisamente em Sobral de Monte Agraço, mais propriamente na Praceta António Luís Borges, nº 25, que fica situada a agência de viagens Oeste Viagens, que “nasceu” em junho de 2018, fruto de um ato de loucura de um casal que nenhuns ou poucos conhecimentos tinam de agências de viagens saturado dos empregos que tinham.
“Após 16 anos de efetividade numa empresa onde desempenhava funções de atendimento ao publico e liderança de equipas, num ramo completamente diferente, onde trabalhava por turnos, fins de semana e feriados, a saturação por falta de tempo de qualidade começou a abrir espaço para a possibilidade de mudança, um começar do zero”, explica Flávia Ganhão, que juntamente com o marido e diretor da agência, Marco Timóteo, fundaram há quase cinco anos a Oeste Viagens.
Verificada a falta de uma agência em Sobral de Monte Agraço, e no tal ato de loucura consciente, decidiram abrir a Oeste Viagens, uma vez que era ali residiam. O nome ‘Oeste’ é fácil de adivinhar e até pode ser uma homenagem à região.
Curiosamente, Flávia Ganhão confessa que um dos motivos que os levou a criar uma agência de viagens foi “basicamente o gosto enquanto consumidor pelo mundo das viagens e o facto de querermos algo que fosse dinâmico enquanto projeto, permitindo assim adquirir conhecimento constante”.
Confessando que o conhecimento que tem hoje foi adquirido devido não só à muita entrega e vontade de aprender, de forma autodidata, mas também por se terem juntado a um grupo de gestão, neste caso a Airmet, que os apoiou desde o início “e que nos abriram muitas portas”.
“Tudo isso sem esquecer as diversas formações que fomos fazendo, a ajuda prestada sempre que necessária e a prática do dia a dia, com a máxima presente de que os ‘erros pagam se caros’ neste ramo de negócios”.
Para a Oeste Viagens, o ano de 2022 foi considerado o ano do início da retoma, com procura e concretização de diversos negócios não só com novos clientes como também com alguns que já eram clientes da agência.
“Claro que com uns meses melhores que outros, mas de forma constante, e por isso conseguimos atingir os objetivos propostos.
Quanto aos produtos e destinos que a Oeste Viagens mais vendeu, destaque-se as Caraíbas, as Ilhas Espanholas, as Grandes Viagens e um significativo aumento da Madeira e Açores.
Falando do perfil do seu cliente habitual, Flávia Ganhão diz que são pessoas que normalmente procuram férias em família ou escapadinhas nas capitais europeias, cruzeiros ….
“Na parte aérea temos uma grande procura por parte da comunidade brasileira que existe na zona onde estamos situados”.
A nossa entrevistada, fazendo uma análise aos tempos passados, revela que o ano de 2019, o primeiro da agência, foi promissor, com procura e concretização de negócios logo nos primeiros meses, apareceram novos clientes, o que lhes fez supor que haveria certamente um aumento do volume de vendas nesse ano.
“Algo que era claro e fácil para nós, uma vez que abrimos a agência no ano anterior. E assim aconteceu… atingimos o volume de vendas que então perspetivámos”.
No que concerne ao período da pandemia foi ultrapassado com dificuldade e com a importante ajuda do programa Apoiar.
“Tivemos que recorrer a linhas de crédito com juros bonificados promovidas pelo Turismo de Portugal. Reformulámos o negócio uma vez que a agência tinha uma loja física independente e passei a partilhar espaço com o meu marido no escritório que também tínhamos em Sobral de Monte Agraço”.
Para a Oeste Viagens, esse período, foi o viver um dia de cada vez, com a incerteza de como resolver as situações, mas sempre com esperança.
“Muitas vezes disse que se ultrapassasse esta tempestade o barco iria continuar a navegar com mais força ainda. E cá estamos!”
Em relação ao presente ano, nomeadamente os três primeiros meses…. “TOP! Acreditava que fosse bom, mas está a superar todas as espectativas”.
“As notícias que vão sendo lançadas todos os dias e que enfatizam cenários pouco favoráveis para a economia das famílias, cenários esses reais, poderá refletir se nas vendas, mas também podem fazer uma seleção natural sobre quem realmente pode e quer viajar”.
No entanto, Flávia Ganhão considera que não sendo algo de primeira necessidade em época de crise, salienta que não só de férias se fazem as viagens, existem outras áreas de negócios que podem e devem ser exploradas para que se consiga continuar a trabalhar.
“A minha esperança é que 2023 seja melhor que 2022 e que as viagens para fora do país sejam a maior procura, até porque no que diz respeito a valores conseguem-se melhores valores para o estrangeiro do que, por exemplo, para o Algarve”.
A terminar esta entrevista com Flávia Ganhão, sócia da agência de viagens Oeste Viagens, em Sobral de Monte Agraço, afirma que o principal problema com que se debate não é, na realidade, um problema.
“Acho que é mais um desafio transversal a muitas agências e passa por começarmos a respeitar o valor do serviço que se presta.
Acreditar que fidelizamos o cliente pelo preço mais baixo que apresentamos é um erro. Ou seja, hoje faço eu mais barato e amanhã fará outro e sendo assim qual será a diferença entre nós, agentes de viagens, e um qualquer motor de busca?
Penso que é importante estabelecer o compromisso de concorrência leal, para a valorização do sector das agências de viagem”.
Luís de Magalhães