A Justiça, pelo menos por agora, tem travado a tentativa do governo dos Países Baixos de avançar com uma drástica redução aos voos no Aeroporto de Schiphol/Amesterdão, nomeadamente depois da empresa gestora do aeroporto, participada em quase 70% pelo Estado, ter anunciado um conjunto de limitações que apanharam o setor do turismo de surpresa e vaticinam tempos futuros de “guerra”.

Depois de um longo período em que o Royal Schiphol Group aplicou limitações ao número de voos que descolam e pousam no aeródromo de Schiphol, então devido à escassez de pessoal, e que continuam a prejudicar a infraestrutura desde o retorno à normalidade, após a pandemia, agora novas e gravosas medidas estão a ser tomadas com o seu plano de ser “mais silencioso, mais limpo e melhor.”

O Royal Schiphol Group propõe agora e para ser feito antes de 2025 ou 2026, é um conjunto de limitações entre as quais se destaca a eliminação dos voos noturnos. Especificamente, as descolagens serão proibidas das 00h00 às 06h00 e aterragens das 00h00 às 05h00. Estima-se que isso significará a eliminação de 10.000 voos por ano.

Para além disso, pretende não só acabar com jatos e pequenas aeronaves usadas para a aviação executiva como também já anunciaram que nenhuma nova pista será construída.

Aeronaves que gerem muito ruído não serão autorizadas a entrar no aeroporto, o que afetaria, por exemplo, os Boeing 747.

Uma das companhias mais afetadas seria a KLM, que tem seu principal ‘hub’ neste aeroporto. E, recorde-se que Schiphol representa cerca de 88% do seu tráfego de passageiros na Holanda.

A KLM publicou enviou um comunicado no qual expressa sua surpresa com a posição do aeroporto de tomar tais decisões “que têm consequências de longo alcance para as companhias aéreas” de forma independente e sem envolver o setor.

Admitem que concordam com a necessidade de encontrar um equilíbrio que beneficie o ambiente, mas acreditam que uma “abordagem setorial conjunta” quando se trata de reduzir as emissões de CO₂ ou de limitar o incómodo do ruído seria muito mais benéfica.

A empresa disse ainda no comunicado que vão apresentar, antes de 15 de junho, um plano alternativo ao Ministério da Infraestrutura e Gestão da Água dos Países Baixos, após consulta com outras companhias aéreas com sede em Schiphol.