“Consideramos que há um erro de perceção e análise e não consideramos que haja esse efeito direto de passagem do alojamento local para habitação”. Quem o disse foi a vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, na recente apresentação do inquérito “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”, em Lisboa, acrescentando que existe um problema de habitação no país e que o “alojamento local pressiona o preço e a atividade”.
Cristina Siza Vieira referiu a importância de, antes de mais, retirar do âmbito do regime de alojamento local o que, na realidade, é hotelaria. Ou seja, “tirar do alojamento local aquilo que são o que nós chamamos de alojamento coletivo, como ‘hostels’, ‘guest houses’, blocos de apartamentos com alojamento integrado, tudo isso tem que sair do alojamento local.
Entretanto, a AHP está a preparar um conjunto de propostas para apresentar em sede de discussão pública, no âmbito do programa “Mais Habitação”.
Neste sentido, a AHP entende também que o alojamento local “é uma realidade que tem de ser trabalhada ao nível local e não ao nível nacional” e que não se deve tratar da mesma maneira realidades distintas, por exemplo, separando as zonas de veraneio das zonas urbanas.