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Governo espanhol quer acelerar fusão da Iberia com a Air Europa

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O Governo de Espanha decidiu avançar no sentido de concluir uma das negociações mais longas e difíceis dos últimos tempos, atuando como intermediário entre a Iberia e a Air Europa, numa tentativa de analisar as posições para a venda da companhia aérea Globalia à empresa-mãe da Iberia, o grupo IAG.

Para o governo espanhol a fusão tem interesse relevante nomeadamente com o desenvolvimento do Aeroporto Madrid Barajas-Adolfo Suárez como um ‘hub’ europeu e internacional, facilitando a conexão entre destinos na América Latina, Estados Unidos, Oriente Médio ou Ásia.

Ao que se sabe, a reunião foi liderada por Manuel de la Rocha, secretário-geral de Assuntos Económicos da Presidência do Governo espanhol, com as presenças de Jesús Nuño de la Rosa, CEO da Air Europa, e Javier Sánchez-Prieto, presidente da Iberia.

Saliente-se que esta mediação é mais uma tentativa para que a transação não volte a atrasar-se, uma vez que a Iberia tem até 31 de março para negociar exclusivamente com a Air Europa, em virtude do grupo IAG ter uma participação de 20% na Air Europa.

Se a compra for concluída, o acordo teria que ser analisado pelas autoridades de concorrência, um processo que levaria cerca de um ano.

O processo de compra da Air Europa pela Iberia teve início nos finais de 2019 e estipulava que a companhia aérea do IAG desembolsaria 1.000 milhões de euros para a companhia aérea da Globalia. No entanto, a eclosão da pandemia significou a desvalorização da entidade presidida por Juan José Hidalgo e acabou por reduzir os montantes para metade.

No final de 2021, ambas as empresas abandonaram o acordo, temendo que as autoridades europeias da concorrência não aprovassem a operação.

A Iberia acabou por compensar a Air Europa com 75 milhões de euros, chegando depois a acordar num novo prazo para negociar, que expirou em janeiro de 2022.

No verão do mesmo ano, o IAG adquiriu 20% das ações da Globalia, com a aprovação dos bancos, o que facilitou o empréstimo de 140 milhões garantido pelo Instituto Oficial de Crédito (ICO) e pela SEPI, que resgatou a Air Europa em 2020 com 475 milhões.