O atual contexto de inflação, cuja estatística oficial revela aumentos de 27,6% nos produtos energéticos e de 18,9% nas matérias-primas alimentares, está a ter impactos nefastos nas empresas da restauração, similares e do alojamento turístico. Quem o diz é a AHRESP que com base no seu mais recente inquérito, realizado durante a segunda quinzena de setembro e a primeira de outubro, quer para as empresas de restauração e similares, bem como do alojamento turístico, as consequências da inflação são cada vez mais preocupantes para a sustentabilidade dos negócios.
Ainda com base no referido inquérito, para 71% das empresas da restauração, e para 83% das empresas de alojamento, os custos com matérias-primas aumentaram até 50% e verifica-se que a escassez de produtos essenciais já se faz sentir.
Perante este agravamento de custos, a atualização dos preços de venda foi inevitável.
A AHRESP faz notar que na agora “época baixa”, a retração no consumo já se evidenciou, sendo que em setembro, 54% das empresas de restauração e 49% do alojamento sentiram quebras na faturação até 20%.
A AHRESP recorda que as propostas temporárias que tem feito – aplicação da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas e nas tarifas de energias, gás e eletricidade, por exemplo – confirmam a pertinência destas medidas.
A associação diz ainda que a ausência de medidas preventivas, irá provocar um novo aumento de preços, despedimento de trabalhadores e encerramento de empresas, sendo que as perspetivas para o último trimestre do corrente ano são muito preocupantes.
Assim, a AHRESP acredita que o Governo, atento à conjuntura e ao seu provável agravamento, procure melhorar o nível de rendimento familiar, como aliás recentemente já aconteceu, evitando o que atrás se referiu.
Naturalmente que também espera que o Governo venha a implementar mecanismos que permitam um saudável desenvolvimento das atividades económicas que representamos, assegurando o contributo que o Turismo confere à economia nacional.