A agência de viagens In-Out-Travel foi constituída em 2018. Logo após me despedir de outra agência de viagens e a procurar um novo rumo para a minha vida profissional. Quem o diz é Lídia Lima, diretora da agência de viagens e um dos dois sócios, acrescentando que quando surgiu a oportunidade de abrir uma agência de viagens, logo pensei, porque não e acredito que nada vem por acaso.

O facto de estar localizada em Vale de Cambra é fácil de perceber. Esta é a minha cidade e é aqui que idealizo crescer, promovendo também o Turismo da região.

Quanto ao nome, também há uma explicação:

O nome vem da minha ideologia sempre de adorar receber e adorar enviar para o exterior. Por isso é também a filosofia desta empresa que procura o melhor dos dois mundos: ‘incoming’ e ‘outgoing’.

A sua constituição, para além do que já foi dito, deve-se ao facto de que, segundo Lídia Lima, faltava na região uma agência dinâmica que conseguisse prestar um serviço extremamente personalizado e multifacetado ao cliente.

A In-Out Travel tem dois sócios. Eu e um amigo que nada tem que ver com o Turismo, pois está no ramo dos transportes. No entanto, foi quem me fez acreditar que abrir uma agência de viagens naquele momento seria uma excelente oportunidade de negócio.

Quanto ao seu percurso profissional no Turismo, Lídia Lima começa por salientar que o seu primeiro contacto com o mundo das viagens aconteceu em 2007, quando então frequentava a licenciatura em Turismo.

Fui passando por várias experiências no turismo desde gerir um restaurante e a trabalhar na hotelaria até que acabei por fazer carreira em agência de viagens por sentir que era a área que me preenchia.

Quanto ao ano de 2021 e os primeiros nove meses deste ano, a diretora da In-Out Travel refere que o início de 2021 foi francamente pior que 2020.

As minhas forças já não eram as mesmas e sentia que por mais que quisesse trabalhar viria sempre um confinamento ou algo do género para me travar.

De salientar que a In-out-Travel nunca parou de funcionar, tendo criado novos serviços, sendo que um deles, foram as surpresas ao domicílio (‘In-Surprise’), as quais, diga-se de pesagem, continuam a funcionar muito bem. Foi com esta dinâmica que mantivemos a agência ativa durante todos os confinamentos.

Mas, 2021, no balanço final não foi tão negativo como o espectável no início do ano e as reservas na grande maioria de alojamentos serviu para alavancar todo o prejuízo de 2020.

Quanto a 2022 está a ser um ano ascendente contrariamente ao panorama nacional sendo que temos um aumento considerável em número de vendas e novos clientes o que nos atribui ainda maior responsabilidade na preparação do próximo ano.

Comparativamente com o período pré-pandemia, o que significa esses resultados?

Se acreditarmos que a curva da procura se mantém com este ritmo, o futuro é promissor. No entanto não sou assim tão otimista e acredito que virão tempos complicados e que mais uma vez teremos de ser resilientes e ir ao encontro dos mercados emergentes para podermos fazer frente às dificuldades. Aliás, nada de novo para quem abriu ao público em 2019 e apanhou uma pandemia no ano seguinte.

– Já agora, como suportaram todo o período de pandemia?

– Criamos novos serviços como as nossas ‘In-Surprise’ que consistem em surpresas ao domicílio ou criação do “pacote” para ser entregue pelo cliente onde integramos vários comércios locais como floristas, mercearias e restaurantes, entre outros e conciliamos com os nossos vouchers e restante programação. Nas datas comemorativas como São Valentim foi um autêntico sucesso. Outros dos novos serviços foram os ‘cook-In’, que se tratavam de eventos temáticos onde na impossibilidade de viajar, trazíamos o destino até aos clientes com jantares temáticos onde tínhamos operadores turísticos e comércios locais a apoiar as iniciativas.

A In-Out Travel presta os serviços habituais de uma agência de viagens, mas para o próximo ano decidiu acrescentar algum produto próprio, programado para anos anteriores, mas que foram obrigados a cancelar.

Quanto ao inverno 2022/23, Lídia Lima considera que está a ser um inverno mais movimentado que na pré -pandemia, mas acredita que em 2023 vai haver um abrandamento da procura pela conjetura atual.

Sim, os portugueses vão querer viajar e essencialmente para fora uma vez que acaba por compensar em termos económicos do que ficar em Portugal onde o custo se sobrepõe.

Quanto ao turismo na região e recorde-se que Vale de Cambra está inserido na área do Turismo do Centro de Portugal, a nossa entrevistada começa por destacar que Vale de Cambra ainda se encontra numa fase embrionária no que concerne ao Turismo, sendo que ainda são recentes os primeiros passos na promoção da região.

– Há sempre uma necessidade de aliarmos o nosso nome a concelhos vizinhos que já estão bem mais desenvolvidos neste sector o que impede muita vezes de tomarmos um caminho com assinatura própria. É fundamental que consigamos definir o nosso core para elaborar um plano de promoção ao exterior. 

É quase impossível falarmos numa promoção com êxito quando a própria comunidade ainda não está preparada para trabalhar nesse sentido e na minha opinião esse poderá ser um dos caminhos a seguir inicialmente, mostrar á comunidade o que afinal Vale de Cambra tem para dar ao mundo e a partir daí é quase como automático, a vontade de querer divulgar as potencialidades do território ao mercado externo.

Quanto a problemas de funcionamento da agência que possam ser considerados prioritários, Lídia Lima confessa que o nosso grande obstáculo penso que é transversal a todas as agências, o ‘online’, por ser cómodo, fácil e supostamente mais económico que uma agência de viagens convencional.

A terminar esta entrevista com a diretora e sócia da agência In-Out Travel, de Vale de Cambra, perguntámos qual a sua opinião sobre o pertencer a um grupo de gestão e o porquê de ter escolhido a Airmet.

– Após um ano em funcionamento resolvemos aliar-nos a um grupo de gestão procurando apoio na mediação entre nós e os operadores e outras agências de viagens.

A Airmet era um grupo que eu já conhecia e muito bem representado pela Susana Fonseca aqui na zona Norte, o que para mim foi muito fácil decidir.

Hoje estou certa de que foi a melhor escolha em todos os sentidos, pois veio uma pandemia para mostrar se realmente estávamos juntos e se os objetivos a que se propunham eram cumpridos.

A meu ver a Airmet superou as expectativas e continua com uma filosofia empreendedora, inovadora e de proximidade de forma a oferecer o melhor serviço aos seus associados.

Luís de Magalhães