A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e os hoteleiros da cidade de Coimbra, reuniram-se com o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, para mais uma vez justificarem a sua posição contrária à da Câmara sobre a implementação da taxa turística.
Só em destinos turísticos considerados maduros é que se justifica a criação deste tipo de taxas, o que não acontece neste caso, justifica a AHP, em comunicado, realçando que, neste capítulo, Coimbra está muito longe de outros destinos portugueses onde a pegada turística é evidente.
Recorde-se que na passada segunda-feira, um projeto de regulamento da taxa municipal para o setor foi aprovado em reunião da Câmara Municipal, devendo agora a consulta pública prolongar-se por 30 dias.
A AHP, no mesmo comunicado, diz que há muito que defende que as taxas turísticas não devem incidir exclusivamente sobre o alojamento turístico, por considerar que deveriam ser também aplicadas a todos os agentes económicos do concelho e acrescenta que
no momento atual, a criação da taxa é totalmente inoportuna, tendo em conta o período conturbado que o setor viveu nos últimos dois anos, com a pandemia da covid-19, que levou a quebras nas receitas da hotelaria de 66% em 2020 e 46% em 2021, comparativamente com 2019.
A associação complementa ainda que dessas quebras a hotelaria da cidade de Coimbra ainda não recuperou, o que deixou os operadores económicos deste setor numa situação extremamente fragilizada, apesar da recuperação de 2022 que, ainda assim, foi bem mais tímida em Coimbra, muito dependente do mercado nacional e dos segmentos de congressos e reuniões.
Acresce que hoje também nos deparamos com uma situação económica presente e futura muito instável e incerta – inflação, guerra na Ucrânia com interrupção da utilização do espaço aéreo russo, tão propenso aos mercados emissores do Sudoeste Asiático, e interrupção dos circuitos de abastecimento -, bem como com graves problemas de mão-de-obra, frisou a AHP.