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Adaptação de destinos à democratização do Turismo

O Decreto 39/2008 foi uma resposta antecipada do setor do Turismo à crise financeira mundial que viria a acontecer meses depois da sua promulgação.

Além do mais, a criação da figura AL foi um ensaio para a democratização da procura turística, até então centrada no litoral e nos grandes centros urbanos, e a sua desmultiplicação em vários produtos.

Foi também uma oportunidade para reabilitar património e responder à ameaça de desemprego, porque despertou o espírito empreendedor à medida de cada investidor na área de alojamento, similares e de produção autóctone modernizada.

A nova lei veio chamar à formalidade a “pensão” para os “caixeiros-viajantes” casas particulares anunciando “Rooms, Chambres, Zimmers” de regiões do interior, que rapidamente se transformaram em AL dando o pontapé de saída à implantação de numerosos estabelecimentos de todas as modalidades em todo o território nacional.

A instabilidade política no estrangeiro, a incerteza do comportamento das economias, o inconveniente de perdas de bagagens, atrasos ou cancelamentos de voos diminuíram em muitos o hábito de viajar para longínquos destinos, em detrimento do conceito Staycation ou férias em países periféricos.

Consequentemente, muitas aldeias e vilas de diversificada dimensão foram a escolha de uma imensidão de turistas movidos por distintas motivações. Esta evidência fez supor um “rebentar pelas costuras” das insuficientes estruturas para tão grande e repentino incremento da “turisticidade”.

Mas também dá para perceber que o impacto sobre o ambiente e essas estruturas seria reduzido em 50% com maior sensibilidade ambiental, ética social, cidadania e urbanidade, no sentido de pugnar por um turista responsável.

As comunidades intermunicipais deveriam instituir e colocar rotativamente ao dispor das autarquias uma Academia de Ética e Cidadania para um Turismo Melhor. As populações, mas particularmente os titulares e colaboradores de estabelecimentos Horeca (Hotelaria, Restauração, Cafetaria), teriam oportunidade de compreender o fenómeno turístico e a sua sustentabilidade através da saúde ambiental, da Ética, dos Valores Culturais e da Economia Local. A frequência de estes seminários e colóquios, com certificação, seriam condição sine qua non para a renovação ou iniciação de concessões de estabelecimentos públicos e autárquicos.

A bem do Turismo e a bem do Ambiente.

Luís Gonçalves