Várias cidades da Europa pedem à Comissão Europeia que tome medidas legislativas que limitem os Alojamentos Locais tipo Airbnb.‎

‎Ao mesmo tempo pedem maior fiscalização para operações ilegais de alojamento a curto prazo como medida para travar um possível ‘boom’ do turismo pós-pandemia que ameace não só a habitabilidade das cidades como a acessibilidade habitacional. ‎‎A Câmara Municipal do Porto está entre outros vários governos locais – Amsterdão, Arezzo, Barcelona, ‎‎Berlim‎‎, Bolonha, Bruxelas, Florença, Cracóvia, Lyon,‎‎ ‎‎Paris, Praga, Porto, Utrecht, Valência, Viena e Varsóvia – que, juntamente com membros das Eurocidades, enviaram recentemente uma carta à Comissão Europeia exigindo regras claras e rígidas que, em última análise, regularão as estadas de curto prazo em AL.‎

‎De acordo com a ‎‎AirDNA’s ‎Market Review for Europe de abril de 2022, a procura por aluguer de férias de curto prazo a partir de 09 de maio foi maior em Veneza, com aumento de 414,8%, Florença (+410,4%), Porto (+532,3%) e Atenas (+367,9%). ‎

‎A acompanhar este ritmo, a publicidade do Alojamento Local de forma semelhante ao Airbnb, ‎só em Amsterdão passou de 4.500 em 2013 para 22.000 AL’s em 2017. No centro histórico de Lisboa, mais da metade dos apartamentos funcionam como alojamento de curto prazo. ‎

‎Segundo vários especialistas, o aumento dos alugueres de curto prazo leva à “turistificação” das cidades que privam os bairros tradicionais das suas características e alienam os moradores.‎

‎No ano passado, a Comissão anunciou uma iniciativa legislativa para regular os alugueres de curto prazo. Abriu-a para deliberação pública e depois adiou-a. E a questão, supostamente, não parece estar na agenda deste ano. ‎

‎Em vista do atraso na resposta, as diversas autoridades municipais pedem à Comissão que siga urgentemente com a proposta de sua anunciada iniciativa de aluguer de curto prazo, acrescentando que a disponibilidade, a acessibilidade da habitação, bem como a habitabilidade de nossas cidades estão em jogo. ‎

‎Nesse sentido, os signatários exigem não só uma proposta que conceda uma autorização clara e discricionária às autoridades para regular os alugueres de férias no interesse público em geral, estabelecendo sistemas de registo, como também o acesso aos dados para impor normas, bem como um sistema melhor e mais eficiente que permita que todas as plataformas entendam e cumpram as regras locais em toda a UE, independentemente do tamanho da plataforma. ‎