As Associações Europeias das Companhias Aéreas, incluindo a RENA, a associação portuguesa, estão conscientes da responsabilidade ambiental associada à indústria do transporte aéreo e, por conseguinte, apoiam os esforços regionais e internacionais para melhorar continuadamente a proteção climática em matéria de aviação.
No entanto, o pacote de medidas de proteção climática da Comissão Europeia “Objetivo 55” deve ser visto de forma crítica: as principais propostas aqui incluídas apenas resultam numa forte deslocação do tráfego aéreo para fora da UE, sendo as emissões de CO2 transferidas para outras regiões do planeta, em vez de serem evitadas. Além disso, a introdução prevista de uma quota crescente de combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF) exige total empenho e investimento da parte dos governos no sentido de aumentar a sua produção.
Paulo Geisler, presidente da RENA, explica que, na sua versão atual, a reforma do comércio de emissões (ETS), tal como prevista no programa de proteção climática “Objetivo 55”, apenas conduz a uma mudança significativa nas emissões de CO2.
Consequentemente, a aviação no espaço europeu enfrentará uma enorme desvantagem, enquanto que a aviação em espaço de países terceiros será reforçada. Isto não pode ser do interesse da UE, daí que a revisão seja inevitável, acrescenta.
As companhias aéreas apoiam totalmente o objetivo fundamental da UE em tornar o tráfego aéreo neutro em termos de CO2 até 2050.
Nesse sentido, estão a investir milhares de milhões de euros em inovações pioneiras, tais como o desenvolvimento de combustíveis alternativos, voos elétricos ou aeronaves movidas a hidrogénio.
No entanto e em comunicado, as companhias aéreas rejeitam veementemente a rigidez das medidas relativamente ao ETS perante a distorção que pode causar em termos de concorrência.