Foram recentemente apresentados os resultados do Randstad Employer Brand Research (REBR) 2022, um estudo independente de employer branding, realizado pela Kantar, que analisa anualmente as principais tendências do mercado de trabalho e dá a conhecer as empresas e setores mais atrativos para trabalhar em 31 países, incluindo Portugal.
O REBRF 2022 é um estudo independente, que se realiza pelo 7.º ano consecutivo, para analisar a perceção da população em relação aos 150 maiores empregadores de 31 países. Em Portugal, o inquérito foi realizado online em janeiro de 2022, a 4.997 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A maioria dos participantes é residente em Lisboa (38%), seguindo-se a região Norte (34%) e o Centro (18%) do país.
Entre os fatores mais valorizados numa empresa, por quem procura emprego, estão o salário e benefícios (72%), mas também, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (67%) e o bom ambiente de trabalho (67%). De destacar que, em 2022, estes fatores assumem maior preponderância do que em anos anteriores (resultados do estudo 2021: salário e benefícios (71%), equilíbrio vida profissional e pessoal (66%) e bom ambiente de trabalho (65%)).
O estudo acrescenta que os benefícios que os portugueses mais gostariam que o seu empregador lhes oferecesse, para valorizar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, são acordos de trabalho flexíveis (48%) e oportunidades de progressão na carreira (47%). Para 89% dos inquiridos, é também considerado muito importante que a empresa onde trabalham lhes ofereça oportunidades de upskilling e reskilling.
O trabalho tornou-se mais importante para 1 em cada 3 trabalhadores portugueses (33%), principalmente na faixa etária mais jovem, dos 18 aos 24 anos, para a qual a importância do seu trabalho aumentou nos últimos 12 meses (50%). Por outro lado, verifica-se que os inquiridos com maiores habilitações literárias dão agora menor importância à carreira (23%).
Apesar da progressão na carreira ser um fator importante para 81% dos portugueses, este critério assume uma maior relevância para a geração mais nova (18-34 anos: 85%) e com maiores habilitações literárias (84%).
A importância do trabalho remoto
Segundo o Randstad Employer Brand Research deste ano, o trabalho remoto diminuiu de 52% em 2021 para 38% em 2022.
São principalmente as mulheres (40%) e aqueles com maiores habilitações literárias (48%) que trabalham a partir de casa.
Para 32% dos colaboradores portugueses, trabalhar remotamente é impossível ou não permitido. Daqueles que atualmente trabalham apenas remotamente (23%), menos de metade (41%) espera assim continuar no futuro.
Revela também que 1 em cada 5 portugueses (26%) pretende mudar de emprego este ano, uma tendência crescente em relação a 2021 (20%). São principalmente as mulheres (28%), os menores de 35 anos (31%) e os inquiridos com maiores habilitações literárias (28%) que demonstram esta intenção.
Gerações valorizam diferentes critérios
A forma como as diferentes gerações olham para o emprego muda, o que traz desafios acrescidos para as empresas. Em todas as gerações temos um empate entre os critérios da conciliação vida profissional-vida pessoal e do ambiente de trabalho, com a Geração Z e Geração X a valorizarem mais a conciliação vida profissional-vida pessoal, enquanto que os Millennials apostam mais no ambiente de trabalho. Curioso é como o critério da possibilidade de trabalhar remotamente é menos valorizado para as faixas etárias mais jovens, abaixo dos 25 anos, e a progressão de carreira muito mais valorizada nas gerações abaixo dos 35 anos.