Três caminhos cheios de história, cultura e paisagens únicas cruzam as regiões do Alentejo e Ribatejo com destino a Santiago de Compostela.
Diz-se que fazer o Caminho de Santiago é algo que se tem que fazer pelo menos uma vez na vida e visitar o Alentejo, também.
Se ambas as premissas forem combinadas com a celebração do Ano Jacobino, que dura até 31 de dezembro, o resultado é uma experiência única e inesquecível.
Escolher o Alentejo para fazer esse percurso não é coincidência, já que o Caminho de Santiago português adquire um significado diferente nesta região e é a opção perfeita para quem procura algo diferente e saia da ‘estrada’ mais tradicional.
Ambos compartilham uma filosofia baseada na contemplação do meio ambiente, na conexão com a natureza e no amor pelas tradições, razão pela qual o Alentejo representa o que todo peregrino busca.
Caminhos de São Tiago do Alentejo e Ribatejo
Os Caminhos de Santiago de Alentejo e Ribatejo, que se juntam ao Algarve ao sul e à região central de Portugal ao norte, são um convite para se ligar com a terra vizinha.
Localizadas a cerca de 30 dias do destino final, Santiago de Compostela, as três caminhos possuem diferentes estágios de diferentes níveis de dificuldade.
Caminho Ascendente
O primeiro deles, o Caminho Nascente ou Caminho Ascendente, começa em Alcoutim (Algarve) e entra no Alentejo através da Mesquita. Um total de 19 etapas cruzam o centro do Alentejo, passando por algumas de suas localidades mais representativas, como Mértola, Beja, Viana do Alentejo, Évora, Estremoz ou Nisa.
Este último ponto liga o ‘caminho’ com a região do Centro, especificamente com Vila Velha de Rodão.
É um roteiro ideal para desfrutar da natureza alentejana, passando por lugares como o Parque Natural do Vale da Guadiana, e também para descobrir parte da história e cultura da região, visitando alguns de seus castelos mais famosos, como os de Évora ou Estremoz.
Caminho Central
O Caminho Central também tem seu início no Algarve português, no Ameixial, e sua primeira paragem no Alentejo é em Santa Cruz de Almodôvar.
Neste caso há mais de uma maneira de fazer o caminho, com cerca de vinte ‘palcos’ que mostram a diversidade paisagística do Alentejo, uma vez que vai tanto para o interior quanto ao longo do litoral.
Castro Verde, São Domingos, Santiago do Cacém, Grândola ou Alcácer do Sal são algumas das paragens que compõem esse passeio e que oferecem os cartões postais mais memoráveis da região. Golegã, município pertencente a Ribatejo, é a cidade que se conecta com Tomar, região centro.
Esta última etapa mergulha nas particularidades do Ribatejo, um território no qual o tempo parece ter parado e que mantém tradições portuguesas como os cavaleiros lusitanos.
Caminho da Raia
Por fim, o Caminho da Raia ou Camino de la Raya, é o que corre paralelamente à fronteira entre Portugal e Espanha.
Seu ponto de partida é Mértola, que se junta ao Caminho Ascendente e segue pela Serpa, Moura, Reguengos de Monsaraz, Vila Viçosa, Elvas e Campo Maior, entre outras cidades. O itinerário termina com a etapa que vai entre Castelo de Vide e Alpalhão, onde se une novamente com o Caminho Ascendente.
Esta rota é uma oportunidade maravilhosa para conhecer as fortificações que existem na Raia (Raya) e o legado deixado por povos como o judeu, que habitaram essas terras ao longo dos séculos.
Fazer o Caminho de Santiago pelo Alentejo é como fazer uma viagem temporária, histórica, cultural, religiosa e gastronómica por uma das regiões mais ricas de Portugal.
Uma experiência que marca todos que vivem isso e que os faz sempre querer voltar.
