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O deficit de Recursos Humanos

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O deficit de Recursos Humanos

Os Orgãos de Comunicação Social transmitem a dificuldade de algumas empresas em cumprirem prazos e prestarem os serviços contratados dada a dificuldade de Recursos Humanos.


No período pré-Covid 19 os hoteleiros e similares queixavam-se de falta de “mão-de-obra” qualificada. Hoje, queixam-se de que não encontram pessoas para trabalhar, com ou sem experiência.


A prática de horários partidos, a falta do reconhecimento da importância dos colaboradores para o sucesso das organizações, os baixos salários, a ausência de incentivos, mas, sobretudo, a maneira como alguns empregadores viam os seus colaboradores e alguns clientes os seus “servidores”, são as principais desmotivações pela carreira na hotelaria e similares.


A pouca ou nenhuma diferença salarial entre os profissionais com muito tempo de casa e os recém-admitidos é uma das razões para a decadência e da despersonalização inexorável do nível de serviço.


Muitos profissionais na reforma ou pré-reforma, dignos representantes de uma época, abandonaram os meios rurais nos anos sessenta/setenta, porque as tarefas assemelhavam-se a trabalhos forçados, sem rendimento digno.


Hoje, o sector agro-alimentar é convidativo para jovens empreendedores que sabem adequar os seus projectos aos apoios disponíveis para produção, equipamento e escoamento.


A pandemia foi a justificação para preferência por zonas rurais, em detrimento das cidades.


Hoje, os recursos humanos capacitados e habilitados querem escolher onde querem trabalhar, o horário que lhes é conveniente; para eles, o conceito de liberdade de escolha é muito importante.


Por isso, é urgente que o Turismo Portugal promova nos meios de comunicação programas formativos nas diversas áreas do Turismo, de onde se destaquem oportunidades de carreira, e inteligência emocional, dentro do conceito “felicidade profissional”.


Há uns anos apercebi-me que os jantares de um hotel na Galiza eram servidos por pessoas da região que tinham as suas pequenas quintas, e que ao fim do dia mudavam de cenário para outra actividade, complementando assim os seus rendimentos.


A oferta de horários de tempo parcial, sem interrupção, poderia ser uma maneira de mitigar a falta de interessados.


Um restaurante que ostenta à porta “precisa-se de empregado(a)” em vez da carta ou menu, está a alterar o conceito e a afugentar os clientes.


Luís Gonçalves