Comboio presidencial leva estrelas Michelin

O antigo Comboio Presidencial, utilizado por reis, papas e Presidentes portugueses, regressa à linha do Douro em maio, transportando chefs distinguidos com estrelas Michelin, numa viagem que pretende “mostrar o melhor de Portugal”.
Durante 17 dias, o antigo vagão de bagagens e correios é transformado em cozinha, que será ocupada por cinco cozinheiros, nacionais e estrangeiros.
A abrir o evento gastronómico “The Presidential”, entre os dias 03 e 07 de maio, estará o chef dinamarquês Esben Hoelmboe Bang, o mais jovem cozinheiro com três estrelas Michelin, no restaurante Maaemo, em Oslo, Noruega.
Depois, a 10 e 11, é Pedro Lemos (com uma estrela Michelin no restaurante com o seu nome, no Porto).
A escolha dos chefs respeitou alguns critérios: terem visto o seu trabalho reconhecido pelo guia Michelin, privilegiarem os produtos locais na sua cozinha e serem “destemidos”, disse Gonçalo Castel-Branco.
Afinal, apesar do ‘glamour’ do comboio, as condições não são fáceis: a equipa na cozinha não deverá ultrapassar as seis pessoas – que terão de preparar 60 menus de quatro pratos – e não podem utilizar fogo nem gás, além de respeitarem as habituais condições de segurança e higiene alimentar.
Ao longo de nove horas, o comboio fará um percurso pelo Douro, partindo da estação de São Bento pelas 11:00.
Depois do almoço gourmet, com harmonização de vinhos, os participantes visitam a Quinta do Vesúvio, uma das poucas propriedades que a família Symington, uma das principais produtoras de vinho do Porto, mantém reservada do público, e que era a favorita de Dona Antónia, icónica figura da história do Douro. Aqui, poderão provar vinhos muito raros, alguns nunca comercializados.
Ao longo da viagem, os participantes escutam uma banda sonora selecionada pela Casa da Música – por exemplo, o momento em que o comboio encontra o rio Douro é acompanhado por uma orquestra – e podem também recolher-se nos camarotes a ler um dos livros sugeridos pela Fundação Serralves.
O Comboio Presidencial é hoje a “joia da coroa” do património ferroviário português. Construído em 1890, serviu a corte do rei D. Luís I como Comboio Real recebeu a bordo convidados como a rainha Isabel II e o papa Paulo VI.
Cada viagem custa 500 euros por pessoa e, após a abertura de pré-vendas, a organização afirma já ter vendido 200 lugares.
No ano passado, realizou-se a primeira edição da experiência “The Presidential”, pela mão do chef Dieter Koschina, do Vila Joya (duas estrelas Michelin, no Algarve), ao longo de dez dias.